domingo, novembro 16, 2003

Portugal mais jovem à custa de imigrantes

CÉU NEVES

Sem os imigrantes, Portugal seria mais velho, teria menos pessoas em idade activa, menos crianças e muito mais mulheres que homens. Estes são os principais contributos dos estrangeiros para a demografia portuguesa, segundo um estudo do Observatório da Imigração a que o DN teve acesso. O País continuará a receber outras nacionalidades, mas seriam precisos muito mais cidadãos para inverter a tendência de envelhecimento demográfico.

«Mas, se os saldos migratórios positivos não constituem solução para contrariar as manifestações do processo de envelhecimento, na sua ausência, o panorama demográfico seria diverso, nomeadamente os níveis de envelhecimento seriam mais significativos, os níveis de natalidade mais baixos e o volume da população inferior», refere o trabalho da autoria de Maria João Valente Rosa, Hugo Seabra e Tiago Santos, a partir dos censos de 1991 e 2001.
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Com o título «Contributos dos imigrantes na demografia portuguesa», o documento faz um tratamento estatístico da imigração, embora ressalve que a influência da comunidade imigrante alarga-se a outros domínios, nomeadamente trabalho, educação, saúde e contribuições fiscais.
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Para além de terem evitado uma diminuição da população portuguesa, os imigrantes contribuíram para que houvesse um movimento de reequilibro dos dois sexos em Portugal, país onde nascem mais mulheres que homens.
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Os imigrantes contribuíram também para o reforço do volume de pessoas em idade activa, em especial nas camadas mais jovens, tendo atenuado os níveis de envelhecimento da população, sobretudo no topo.

In "Diário de Notícias", 16/11/2003 (ver artigo)

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